terça-feira, 19 de outubro de 2010

Louvor Perfeito

Autor: Dr. Daniel Oscar Plenc
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https://musicaeadoracao.com.br/19641/louvor-perfeito/

Este é um artigo muito importante. Trata-se de uma compilação, ordenada de forma lógica e didática, de vários princípios deixados por Ellen G. White a respeito do tema da música na igreja.

É interessante notar que, embora alguns vejam este assunto com certos cuidados e reservas, ou que outros o vejam como um assunto polêmico, para a Sra. White, não havia qualquer polêmica ou cuidado especial com respeito ao tema. O que haviam eram princípios claros os quais, uma vez aplicados com um espírito humilde, levariam a igreja a expressar a verdadeira adoração e a ser influenciada favoravelmente em direção a esta verdadeira adoração. E estes princípios são tratados por ela de forma clara e explícita, sem qualquer diferença de idade ou classe sócio-cultural.

Para os que não são adventistas, reforçamos aquilo que dizemos na página de abertura do nosso sítio virtual: "Uma vez que somos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, é no contexto desta denominação que a maioria dos artigos aqui oferecidos se insere. Mas, sendo Deus o objeto final da adoração de todas as denominações cristãs, os princípios publicados aqui poderão, sob a tutela inspiradora do Espírito Santo, ser aplicados para ao culto de adoração em outras denominações cristãs."
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Culto Bíblico: Integridade da Mente

Autor: Pr. Vanderlei Dorneles
Endereço para o texto completo:
https://musicaeadoracao.com.br/19599/culto-biblico-integridade-da-mente/

Este excelente artigo é uma profunda análise do conceito do culto, do ponto de vista estritamente bíblico e da estreita relação criada naquele momento entre o adorador e Deus.

Vale a pena a leitura atenta do artigo, bem como um estudo do livro no qual este artigo é baseado, "Cristãos em Busca do Êxtase - Para compreender a Nova Liturgia e o Papel da Música na Adoração Contemporânea"
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O Uso da Música Soul na Adoração

Autor: Adrian Theodor
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https://musicaeadoracao.com.br/20303/o-uso-da-musica-soul-na-adoracao/

Este artigo aborda um tema bastante atual em nossas igrejas. Devido à miscigenação dos estilos musicais sacros e profanos, a igreja está em uma situação em que muitos de seus membros tem dúvidas sérias a respeito do uso de alguns estilos. O objetivo deste artigo é analisar um destes estilos, comparando-o com os princípios revelados acerca da música e da adoração.
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A Importância do Culto e da Adoração

Autor: Alfredo Aeschlimann
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https://musicaeadoracao.com.br/19627/a-importancia-do-culto-e-da-adoracao-alfredo/

Neste artigo o autor analisa, sob vários aspectos, os conceitos básicos de "Culto" e "Adoração", sob o ponto de vista bíblico, e depois de discorrer sobre a importância de tais momentos para o cristão, procura estabelecer diretrizes para um culto aceitável a Deus, sempre extraindo lições dos princípios bíblicos a este respeito. Ao final, após analisar algumas das dificuldades encontradas atualmente e que atrapalham a nossa adoração, o autor fornece esboços de programas de culto.

Reconhecemos que se trata de um artigo razoavelmente longo, mas não é possível falar resumidamente de um assunto de tamanha importância. Temos visto artigos que, na tentativa de serem curtos, tornam-se demasiado superficiais, quando o assunto exige profundidade.
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Hábitos Musicais da Família White

Autor: Márcio Dias Guarda
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https://musicaeadoracao.com.br/20620/habitos-musicais-da-familia-white/

O texto que estamos divulgando provavelmente será mais bem acolhido pelos amigos adventistas. Porém, como a adoração não respeita placas de igreja e sim a um Deus soberano sobre todos, creio que poderá ser valioso a todos.

Este artigo é importante para nos dar uma dimensão da autoridade de Ellen White para falar sobre música. Acreditamos ser importande destacar isto, porque há pessoas que dizem que ela não podia falar sobre o assunto, porque não tinha formação musical!

Através da análise deste artigo, vemos que ela não apenas conhecia do assunto (a nível amador, claro), como aplicou com grande sucesso em seu lar os conselhos que escreveu sob inspiração divina.
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Heavy Metal - Vale a Pena?

Autor: Ronaldo D. Oliveira
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https://musicaeadoracao.com.br/29124/heavy-metal-vale-a-pena/

Este é artigo contundente sobre a influência da música rock (e seus derivados) sobre a mente de nossos jovens. Mais do que uma argumentação sobre o tema, é o testemunho pessoal de alguem que esteve profundamente envolvido com esta música e, portanto, sabe do que está falando.
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Panorama Atual da Música Religiosa - Parte 2

Autor: Dr. Harold Lickey
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https://musicaeadoracao.com.br/20262/panorama-atual-da-musica-religiosa-parte-2/

Este artigo excelente é a segunda parte do artigo "Panorama Atual da Música Religiosa", de autoria do Dr. Harold Lickey.

A primeira parte deste artigo já havia sido publicada na seção "O Meio da Adoração", como um artigo especial, tamanha a sua importancia. E agora, temos a segunda parte, embora a primeira parte tenha um fim em si mesma.

Neste artigo o autor demonstra, com ampla base nos escritos de Ellen G. White, a falácia da mistura entre a música vulgar e a letra sacra, sob o pretexto de evolução ou evangelismo.

Que Deus nos dê sabedoria para compreendermos a Sua vontade!
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Panorama Atual da Música Religiosa - Parte 1

Autor: Dr. Harold Lickey
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Parte 1: https://musicaeadoracao.com.br/20261/panorama-atual-da-musica-religiosa-parte-1/

Este artigo foi publicado na Revista Adventista de abril de 1978. Embora já tenham se passado mais de 20 anos, pelo embasamento teológico e pela profundidade do pensamento, ele continua perfeitamente válido para os dias de hoje.
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Ensina a Criança a Cantar

Autor: Pr. Joel Sarli
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https://musicaeadoracao.com.br/19920/ensina-a-crianca-a-cantar/

Destacamos a publicação de um artigo que trata da importancia de darmos bom alimento musical espiritual aos nossos filhos, desde a mais tenra idade.

Foi escrito pelo Pr. Joel Sarli e publicado na Revista Adventista de 1964. Apesar dos 40 anos passados, o foco do artigo continua tão relevantee hoje quanto o foi naquela época, baseado firmemente pa Palavra de Deus: "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele." (Provérbios 22:6)

Que possamos ter esta consciencia de cuidas das avenidas de acesso à alma de nossos filhos!
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Microfones: Amigos ou Inimigos?

Autor: David Fernandes
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https://musicaeadoracao.com.br/25616/microfones-amigos-ou-inimigos/

Este é mais um excelente artigo do nosso colaborador David Fernandes, com uma abordagem descontraída, mas bem elaborada, sobre a importancia de cuidarmos bem e utilizarmos de forma correta aquele que pode ser um grande aliado ou uma enorme dor de cabeça para o músico ou pregador que precisa se apresentar em grandes ambientes: o microfone.
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A Outra Face do Rock

Autor: Gerald Fuller e Bob Larson
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https://musicaeadoracao.com.br/29134/a-outra-face-do-rock/

Este é um artigo que se pode chamar de um "clássico". Trata-se de uma entrevista concedida pelo famoso evangelista e pregador e ex-roqueiro Bob Larson, que foi transformada em um artigo e publicado na Revista Adventista de novembro de 1977.

Nesta entrevista Bob Larson argumenta que o rock tem uma influência negativa e até mesmo satânica sobre o ouvinte e que não possível dissociar esta influencia da música, a ponto de usar este estilo musical na adoração a Deus.
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A Música na Igreja

Autor: Rev. Parcival Módolo
Endereço para o texto completo: https://musicaeadoracao.com.br/20237/a-musica-na-igreja/

Este excelente artigo do Reverendo Parcival Módulo, um eminente músico e teólogo protestante brasileiro, analisa o papel da música no culto de adoração, para tentar esboçar uma teologia da música que atenda a este papel.

É um artigo relativamente longo, mas a sua leitura é extremamente enriquecedora.
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Música Para o Sábado

Autor: Elsie Landon Buck
Endereço para o texto completo: https://musicaeadoracao.com.br/20245/musica-para-o-sabado/

O artigo é uma análise não teológica de como deve ser a nossa seleção de músicas para as horas sagradas do sábado, em momentos que não estão inseridos nos momentos de adoração propriamente dita.
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Ellen G. White: Autoridade em Música?

Autor: Samuel Krähenbühl
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Apesar do sobrenome complicado do autor, a sua análise é clara e simples: se nós, como adventistas, reconhecemos o valor e a autoridade de Ellen White em tantas outras áreas, rejeitar seus conselhos e diretrizes na área da música é contradizermos a nós mesmos.
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O Culto Ideal - Como Tornar Significativa a Adoração

Autor: Pr. Éber Liessi
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O Pastor Liessi, presidente da Missão Mato-Grossense da Igreja Adventista do Sétimo Dia, começa analisando algumas formas de culto para, a partir daí, tentar compreender o que tem faltado a algumas dessas formas e como essas faltas podem ser supridas, de acordo com o padrão bíblico. Trata-se de uma artigo bastante bem embasado bibliográfica e teologicamente e dá sugestões bastante equilibradas para que a experiência da adoração possa tornar-se mais significativa sem, contudo, deixar de ser bíblica.
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Não Abrir Concessões

C.H. Spurgeon (1834-1892)
Trechos de um sermão pregado em 7 de outubro de 1888
Endereço para o texto completo: https://musicaeadoracao.com.br/29212/nao-abrir-concessoes/

Esta é a sugestão do momento atual: Se o mundo não vem a Jesus, deveria Jesus amenizar Seus ensinos para o mundo? Em outras palavras, se o mundo não se eleva até a igreja, a igreja não deveria descer até o mundo? Em vez de pedir que os homens se convertam, e que saiam de entre os pecadores, e se separem deles, vamos nos juntar ao mundo ímpio, entrar em comunhão com ele e, assim, permeá-lo com a nossa influência, permitindo que ele nos influencie. Vamos criar um mundo cristão.

Certos ministros estão traindo enganosamente nossa santa religião, sob o pretexto de adaptá-la à época atual. O novo plano é assimilar a igreja ao mundo: através de apresentações semi-dramáticas, fazem a casa de oração aproximar-se do teatro; transformam seus cultos em verdadeiros shows musicais; trocam o templo pelo teatro, e transformam os ministros de Deus em atores, cuja função é entreter os homens. Esta é a proposta. De forma a ganhar o mundo, o Senhor Jesus deve adaptar-se, bem como o Seu povo e a Sua Palavra, ao mundo. Eu não compactuo com proposta tão repugnante.

Meus caros ouvintes, quanto eu gostaria de vê-los salvos! Mas eu não trairia o meu Senhor, mesmo se fosse para ganhar as vossas almas, se elas pudessem ser ganhas desta forma. O verdadeiro Servo de Deus é responsável pela diligência e fidelidade; mas não é responsável pelo sucesso ou insucesso. Os resultados estão nas mãos de Deus.
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Verdadeira Adoração

Autor: Quemuel Teixeira Lima
Endereço para o texto completo: https://musicaeadoracao.com.br/19990/verdadeira-adoracao-lima/

Este artigo é bastante simples, todavia não é simplório. Aborda de forma breve um aspecto que tenho pensado ser um dos principais alertas para a igreja da atualidade: a oposição entre a adoração comercial e a adoração verdadeira (ou aquela que emana de um coração verdadeiramente motivado pelo Espírito Santo).

São estabelecidos três passos para a verdadeira adoração:
1. Transformação de Vida;
2. Comunhão;
3. Humildade ou humilhação.

É um artigo pequeno em tamanho, mas grande em profundidade e alcance. Ou seja, vai direto ao ponto! Em tempos de Mel Gibson e do evangelho e da adoração baratos e comercializáveis, penso que artigos a tratar desse tema devem ser divulgados com presteza.

Apesar do título, ele não está na seção, "A Adoração", como seria de se esperar, mas, devido ao foco do assunto, está na seção "O Adorador".
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Aprofundando-se na Adoração

Autor: Terry Butler
Endereço para o texto completo: https://musicaeadoracao.com.br/19574/aprofundando-se-na-adoracao/

Neste artigo, o autor tece uma dissertação sobre a adoração como elemento essencial para a boa vida do ser humano.

Além desse viés pragmático, presente no texto, Terry Butler contribui para nossa vida espiritual ao dizer, contrariando muitas interpretações atuais que a comunhão não gera adoração, sim o inverso. Não é nossa vontade, como pecadores seres humanos, o buscar a Deus. E esse desejo é dom de Deus, oferecido ao ser humano quando este, em adoração (e adoração), entrega TODA a sua vida ao Criador.
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Adoração é Muito Mais Que Uma Canção

Autor: Jorge Luis Jesuino
Endereço para o texto completo: https://musicaeadoracao.com.br/19880/adoracao-e-muito-mais-que-uma-cancao/

Este artigo foi escrito por um colaborador do qual já temos vários outros excelentes artigos publicados.

Desta vez o autor irá enfocar a adoração sob quatro aspectos: a verdade, a comunhão, o serviço e a oração. Analisará a adoração sob esse aspectos a fim de colocá-la em seu devido lugar não só na igreja, como principalmente no próprio adorador, no músico. É um artigo muito bem redigido que, apesar de não esgotar o assunto, tira grandes verdades de um verso bem simples: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:42).

Outra recomendação especial é a biografia "Vida e Obra de Martinho Lutero", que está disponível em https://musicaeadoracao.com.br/28876/vida-e-obra-de-martinho-lutero/.
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Fogo Estranho Diante do Altar

Autor: Gerson Pires de Araújo
Endereço para o texto completo: https://musicaeadoracao.com.br/20181/fogo-estranho-diante-do-altar/

Este artigo foi publicado originalmente na Revista Adventista de fevereiro de 1989, pp.41-44.

Trata-se de uma análise da questão musical por uma firme ótica bíblica, com base nos episódios dos sacrifícios de Caim e Abel e da desobediência de Nadabe e Abiú. Porém ele não se limita ao aspecto teológico da questão, entrando para os aspectos técnicos e práticos, trazendo assim parametros de análise muito importantes para o nosso dia a dia.
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A Verdadeira Música Cristã

Autor: Pr. C. H. Fisher
Endereço para o texto completo: https://musicaeadoracao.com.br/20305/a-verdadeira-musica-crista/

Neste artigo o Pr. Ficher defende que a capacidade de se fazer a verdadeira música sacra se perdeu no decorrer das últimas décadas e que é necessário um esforço extra para conseguir recupera-la, pois os músicos atuais ou não sabem mais qual a verdadeira música sacra (porque já nasceram sob um novo padrão de valores musicais), ou não lhes interessa (por causa de aspectos comerciais) empreender esta busca.
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Eles Opinam Sobre Música

Estamos divulgando uma entrevista publicada na Revista Adventista de 1975, com os eminentes músicos adventistas Flávio de Araújo Garcia e Waldemar Wensell.

Nesta entrevista são abordados alguns aspectos dos critérios para uma escolha musical correta, bem como o trabalho musical do Prof. Wensell com os jovens na Argentina. Vale a pena conferir.

O endereço para acesso ao texto completo é https://musicaeadoracao.com.br/29026/eles-opinam-sobre-musica/.
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Em Busca da Verdadeira Adoração Adventista - Uma análise de Isaías 6:1-8

C. Raymond Holmes

A adoração é o tema central do grande conflito entre Deus e Satanás. A mensagem do terceiro anjo (Apocalipse 14:9-11) oferece a mais solene advertência de toda a Bíblia, uma advertência contra a falsa adoração. A mensagem do primeiro anjo (Apocalipse 14:6-7) é uma ordem para adorar a Deus. Mas, porque não temos dado à adoração a atenção exigida pela mensagem do primeiro anjo, tem sido criado um vácuo nesta área e agora estamos preocupados com o que está preenchendo este vazio. Temos a tendência de reagir àquilo que não gostamos na adoração, em vez de fazermos uma reflexão séria a respeito do que deveria constituir a genuína adoração adventista do sétimo dia.

O Problema Identificado - Quando comecei meu ministério na igreja adventista, preparando pessoas para o batismo e para serem membros da igreja, fiquei abismado pelo fato de que nenhum dos estudos bíblicos disponíveis para o meu uso, continham lições sobre a adoração. Até o dia de hoje não conheço uma série de estudos assim.

Como os pastores preparam as pessoas para assumirem o seu lugar na vida de adoração de uma congregação adventista, de uma forma significativa e compreensiva? Quando os membros aprendem que casamentos e funerais não são questões particulares, mas cultos de adoração da igreja, e que a igreja tem algo a dizer acerca de como estes cultos são planejados e conduzidos? O que, exatamente, é a genuína adoração adventista do sétimo dia? O que a torna diferente da adoração das outras igrejas protestantes? É incoerente que a igreja que reconhece doutrinariamente a centralidade da adoração no Grande Conflito, dê tão pouca atenção à preparação de seus membros.

Irrelevante? - Esta falta de atenção e preocupação é ilustrada pela opinião de muitos em nossas fileiras, que a adoração não é uma questão relevante para a igreja adventista do sétimo dia. Mas os desdobramentos recentes, relativos à “celebração”, contam uma história muito diferente. É hora de acabarmos com tal negligência, reconhecendo a relevância e centralidade da adoração para a igreja adventista, e começarmos a dar a ela a atenção que deveríamos ter dado há muito tempo.

De fato, esta atenção tem começado. A edição de outubro de 1991 da revista Ministry foi devotada ao assunto. Além disso, vários projetos de Doutorado em Ministério da Universidade Andrews tratam da adoração. Um candidato ao Ph.D. está fazendo um estudo abrangente da “adoração de celebração”, preparando-se para a elaboração de uma dissertação escrita, a qual se demonstrará bastante útil para a igreja. A liderança tem se preocupado, seminários sobre adoração tem sido organizados no noroeste do Pacífico e ouvimos falar que planos estão sendo feitos para méis seminários semelhantes. A reunião da Sociedade Andrews de Estudiosos de Religião de novembro de 1991 sa cidade de Kansas foi centrado na adoração.

Talvez estejamos no limiar de uma renovação da adoração na igreja adventista do sétimo dia. Esperemos que sim. Se abordarmos o assunto de uma forma equilibrada e com sensibilidade, talvez consigamos evitar o extremismo.

Norval Pease, frustrado com a falta de atenção dada à adoração pela igreja adventista do sétimo dia, publicou seu livro And Worship Him (E Adorai-O) em 1967 (Southern Publishing Association). A introdução expressa a sua frustração e preocupação. Ele pergunta: “Qual é a resposta para o problema da adoração em nossas igrejas?”

“Ele não será encontrada ignorando-se o problema. Se é verdade que um inimigo está tentando destruir a santidade da adoração cristã, deveríamos fazer alguma coisa com relação a isto. Satisfação com a confusão, superficialidade e imaturidade não derrotará o inimigo. A resposta tampouco será encontrada em uma aceitação sem críticas dos procedimentos de algumas outras igrejas. Somos adventistas e devemos nos aproximar da adoração como adventistas.... É de se espantar que não tenhamos desenvolvido uma filosofia adventista da adoração?”

Pease toca direto no verdadeiro problema. Este ainda é o problema básico, pois ainda não foi completamente discutido e analisado. A falha em desenvolvermos uma filosofia (teologia) adventista do sétimo dia da adoração tem levado ao empréstimo litúrgico de outras denominações, tanto da variedade altamente formal quanto agora da variedade carismática. Até o momento, o critério para tal empréstimo, tal como se o culto faz os adoradores se sentirem bem ou e é um entretenimento, não são princípios adequados para uma genuína adoração adventista. Conseqüentemente, somos capazes de reagir apenas ao que não gostamos e talvez saibamos instintivamente que não é genuinamente adventista, enquanto que ao mesmo tempo não sabemos realmente o que é ser “genuinamente” adventista.

Questões Fundamentais - O espaço não nos permite aqui uma análise completa da uma teologia adventista da adoração, mas podemos começar fazendo duas perguntas fundamentais: Por que os adventistas adoram e Como deveria começar a genuína adoração adventista? Uma vez que os adventistas do sétimo dia buscam a base de sua adoração na Bíblia, vamos nos concentrar em uma importante passagem bíblica em nossa busca por respostas.

“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava.E clamavam uns para os outros, dizendo: ‘Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória.’ E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça. Então disse eu: ‘Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!’ Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: ‘A quem enviarei, e quem irá por nós?’ Então disse eu: ‘Eis-me aqui, envia-me a mim.’” (Isaías 6:1-8)

Este relato do dramático encontro de Isaías co Deus revela a sensibilidade de seu coração e alma. Estava consciente da infinita distância entre o pecador não arrependido e um Deus santo e justo, e não era tão mundano ou irreverente para ignorar esta distância. A irreverência vem da impiedade dos seres humanos, a qual efetivamente esconde a santidade de Deus de nossa visão consciente. Certamente Isaías não era uma pessoa irreverente. O Deus a quem ele viu sentado em um alto e sublime trono não era o objeto da adoração a um herói, mas de sua fé.

Santidade e Humanidade - Pessoas orgulhosas adoram sem temor. Para elas a religião é uma coisa fácil, não sendo relacionada a penitência, juízo ou confissão. Este não é, certamente, o quadro que vemos em Apocalipse 4-5 (ao qual nos referiremos mais tarde) onde, sob inspiração divina, o autor afasta um pouco o véu, para que possamos ter um vislumbre de como o povo de Deus irá adora-Lo no céu.

A congregação de Isaías é composta de dois grupos distintos: adoradores celestiais e adoradores terrestres, identificados como “um povo de impuros lábios”. Não existe aqui a auto-glorificação humanista. Na presença do próprio Deus, o resplendor de Sua santidade expõe a realidade da condição e desesperança humana. Qualquer um que professe ser um cristão, masque coloque o eu e as necessidades humanas no centro da adoração, é exposto pela presença de Deus como sendo impuro.

No templo, a consciência humana é despertada e a impiedade é exposta. Quando a consciência é despertada, é possível ter uma visão de Deus como Ele realmente é, e também da verdadeira condição do pecador. “Estou perdido!”, clamou Isaías.

O propósito desta vinda ao templo é rasgar o véu do orgulho e da justiça própria do ser humano, e revelar a santidade de Deus. A verdadeira adoração não pode ocorrer a menos que e até que isto tenha ocorrido.

A ambientação do relato de Isaías é de um culto de adoração. O que os adoradores celestiais fazem? Eles louvem a santidade de Deus - exatamente o que o “povo de impuros lábios” não faz. Por que não? Por que louvar a Sua santidade é contraditório à sua percepção dEle. Aqueles que não louvam a santidade de Deus O percebem como um ser que existe por causa deles, em vez de ser ao contrário. Pensam que cada pensamento e atividade de Deus é voltada para eles. Falham em vê-Lo pelo que Ele realmente é: Um Deus santo, justo e todo-poderoso.A. W. Tozer certa vez observou, de forma perspicaz, que conceitos inferiores de Deus apodrecem a religião na qual eles surgem.

A santidade é a essência de Deus, Sua natureza básica. A santidade de Deus tem implicações tanto positivas quanto negativas. Como Deus é moralmente puro em Si mesmo, não pode tolerar o pecado humano. Toda a Sua natureza queima em ira com relação ao pecado, consumindo-o. Hebreus 12:28-29 convida os crentes a que “sirvamos (adoremos) a Deus agradavelmente, com reverência e temor; pois o nosso Deus é um fogo consumidor.” Por causa de Sua natureza básica, não pode agir de outra forma com relação ao pecado. Existe uma separação entre Ele e a humanidade caída.

“Quem poderia subsistir perante o Senhor, este Deus santo?” (I Samuel 6:20), é a pergunta apropriada a ser feita depois de obtermos uma percepção biblicamente acurada de Deus e de nós mesmos. Quando este Deus santo fala, Oséias nos diz, Seu povo ouve a Sua voz como um bramido, e treme: “Andarão após o Senhor; ele bramará como leão; e, bramando ele, os filhos, tremendo, virão do ocidente. Também, tremendo, virão como um passarinho os do Egito, e como uma pomba os da terra da Assíria” (Oséias 11:10-11a). O pecador é abalado com o senso da sublimidade da presença divina. “Ai de mim!”, foi a resposta de Isaías.

Pelo lado positivo, como Ele é moralmente puro em Si mesmo, A santidade de Deus é revelada como amor. Sua santidade faz com que Ele aja em amor com relação às suas criaturas. Como a santidade é a Sua natureza básica, Ele não pode agir de outra forma com relação ao pecador. Mesmo a sua ira e juízos são manifestações de Sua santidade. Seu bramido é um bramido de amor, como Oséias se apressa em notar - para aqueles que vem a Ele tremendo, a graciosa promessa é “os farei habitar em suas casas, diz o Senhor” (Oséias 11:11b). Não é de se espantar que o clamor do primeiro anjo, dado na “hora de Seu juízo” é para adorar a Deus, temendo-O e dando-Lhe glória. (Apocalipse 14:7)!

O foco da história de Isaías muda do trono para o altar, do qual emana o fogo celestial que purifica os lábios do pecador. O altar representa a cruz de Cristo; é a definição da graça de Deus. Com freqüência o pecado se concentra em um ponto de dor. Para Isaías, o profeta/pregador, este ponto era seus lábios. A graça está em relação direta com a condição. Lábios que pecam são tocados com as brasas vivas do altar da graça.

Onde é o ponto no qual o pecado se concentra na vida do adorador atual, que vem ao santuário de Deus no dia de sábado? Onde o pecado se manifesta, o raio laser da graça de Deus se concentra e o queima, eliminando-o do penitente sincero. Se o fogo que vem da comunhão cristã adventista não vier do altar de Deus, é um fogo estranho, que não purifica.

Chamado e Resposta - Depois que Deus purifica, vem o chamado, assim como aconteceu para Isaías: “A quem enviarei, e quem irá por nós?” Quando o pecado é eliminado e perdoado, o adorador é capaz de ouvir a voz de Deus e de obedecer ao Seu chamado. O chamado ao discipulado e serviço vem onde a santidade e o pecado se tocam. Aqueles que foram purificados pela brasa viva do altar do calvário, nunca mais serão os mesmos. Têm um novo Mestre e uma nova causa. Se devemos nos tornar aptos para o Seu reino e Seu serviço, precisamos ter também um encontro semelhante com o Deus santo. Como Caim, algumas pessoas adoram dando apenas aquilo que possuem; mas alguns, como Isaías, oferecem a si mesmos.

O tema de Isaías encontra eco no livro de Apocalipse. O mesmo cântico “Santo”, cantado pelos adoradores celestiais em Isaías, é entoado pelos adoradores celestiais em Apocalipse 4:8. João também ouviu um bramido vindo co povo de Deus, que estava em pé no Monte de Sião “como de harpistas, que tocavam as suas harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono” (Apocalipse 14:2-3). O povo de Deus, pecadores redimidos pela graça, está em pé diante do trono e respondem ao bramido de Deus com um bramido próprio. Em resposta à Sua santidade, dão glórias a Ele (Apocalipse 14:7)! Diante do mesmo trono que Isaías viu, cantam o mesmo cântico! “Santo” e “glória” são realidades relacionadas. Devido à Sua natureza básica de santidade, Deus merece a atribuição de glória pelo Seu povo. Quando o Seu povo, que foi redimido do pecado pela Sua graça em Cristo, reconhecer a verdade de Sua santidade, responderá, dando-Lhe glórias.

“Santo, santo, santo”, é uma ênfase e uma conscientização totalmente religiosa. Não existe aqui a confusão entre o divino e o humano, nenhuma tentativa de encontrar o sagrado no secular, pois eles são incompatíveis. Na adoração, seres humanos pecaminosos vêm à presença do Deus todo-poderoso, que está sentado em um trono, o símbolo de Seu poder para governar e julgar.

Graça Junto ao Trono - O poder se Sua graça perdoadora e transformadora está ali no trono, para criar pessoas santas daquilo que é profano. Esta é a Sua vontade, a Sua expectativa. “Agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, a fim de perante ele vos apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis” (Colossenses 1:22). “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento” (I Pedro 1:15). Louvores devem ser dados a Ele por Seu povo, o qual foi capacitado para que “O servíssemos sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida” (Lucas 1:74-75). Pela graça, Ele está atuante na vida de Seu povo, para torná-lo santo: “Pois [nossos pais] por pouco tempo nos corrigiam como bem lhes parecia, mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade” (Hebreus 12:10).

Como alguém se torna santo? Através da adoração Àquele que é Santo - não através de formas e cerimônias, não pelo entretenimento ou excitação. Referindo-se a II Coríntios 3:18, Ellen G. White nota que “É ao contemplar que somos transformados.” Tal referência aparece no contexto de uma afirmação na qual ela descreve o relacionamento que existe entre a indiferença humana aos princípios de justiça, reavivamento genuíno e a santidade do caráter de Deus.

“É porque os grandes princípios da justiça apresentados na lei de Deus são com tanta indiferença considerados pelo mundo cristão, que esses frutos [da conversão e santificação bíblica] são tão raramente testemunhados. É por isso que tão pouco se manifesta dessa profunda e estável obra do Espírito de Deus, a qual assinalava os avivamentos em anos anteriores. É ao contemplar que somos transformados. E, negligenciando os preceitos sagrados nos quais Deus revelou aos homens a perfeição e santidade de Seu caráter, e atraindo o espírito do povo aos ensinos e teorias humanos, que de estranho poderá haver no conseqüente declínio na viva piedade da igreja?” (O Grande Conflito, pág. 478). A negligência para com a lei de Deus resulta em declínio da piedade, falta do Espírito Santo e reavivamentos infrutíferos.

Acerca dos falsos profetas, falsa fé, falsos discípulos, Jesus diz: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16). Cerimônias e rituais produzem pessoas santas? “Celebração” faz isso? Ou o bater de palmas, movimentos corporais e gritos? Tudo aquilo que é feito na adoração e que não leva a uma conscientização da santidade de Deus e a uma convicção do pecado humano é indulgência sensual um veículo para consecução das finalidades humanistas da manipulação ou entretenimento.

Segunda Pergunta - Como começa a genuína adoração adventista do sétimo dia? Isaías fornece para nós um modelo da sua própria experiência, a qual já comentamos acima. Nossas sugestões seguirão e seqüência deste encontro de adoração.

No culto de adoração a congregação, antes de mais nada, deve experimentar entrar na santa presença de Deus (Isaías 6:1-2). O líder da adoração poderá dizer algo como: “Entremos no santuário celestial pela fé, na presença de nosso Santo Deus!” Pode então ser lida uma passagem apropriada das Escrituras, tal como: “O Senhor reina, tremam os povos; ele está entronizado sobre os querubins, estremeça a terra. O Senhor é grande em Sião, e exaltado acima de todos os povos. Louvem o teu nome, grande e tremendo; pois é santo” (Salmos 99:1-3; ver também o Salmo 29).

Em segundo lugar, a congregação deveria ser levada a reconhecer a santidade de Deus (Isaías 6:3-4), o que pode ser feito pelo cantar de um intróito, o qual seria melhor se cantado juntamente pela congregação e o coro. Pode ser a primeira estrofe de um hino, tal como os de nr. 1, 2, 7, 11, 18, 573, 574, 577, entre outros, do Hinário Adventista.

Terceiro, a congregação deveria ser levada a alguma forma de confissão (Isaías 6:5) Norval Pease escreveu, “Cada culto de adoração deveria incluir a confissão.... se o pastor ou o ancião em sua oração buscar fervorosamente o perdão de Deus, o efeito pode ser genuíno e a experiência, real” (pág. 54). Isto pode ser feito lendo, primeiramente, um salmo de penitência, tal como 32:1-5; 38:1-8; ou 51:1-7. Então a oração pastoral vem em seguida, a qual de vê incluir adoração, confissão, petição e gratidão. Uma declaração da graça perdoadora de Deus deveria seguir-se à oração (Isaías 6:6-7), pela leitura de uma lição das Escrituras tal como I João 1:8-9. Um vantagem desta abordagem é que são usados muitos textos das Escrituras.

Isto é apenas o início do culto de adoração; muito mais acontecerá em seguida, no sermão, cânticos, orações de consagração e dedicação, comunhão e mordomia, constituindo o chamado de Deus à fé e ao serviço (Isaías 6:8). Para os adventistas do sétimo dia de hoje, o chamado “A quem enviarei, e quem irá por nós?” é feito com incrível urgência, pois vem do lugar santíssimo do santuário celestial, onde Cristo está executando a Sua obra final de juízo e expiação.

O efeito do culto de adoração deveria ser a elevação de nossa percepção do ministério de Jesus por nós no Dia da Expiação, e da importância de aceitarmos Sua comissão para proclamarmos a tríplice mensagem Angélica a um mundo que está agora sob julgamento. Se não forem os adventistas do sétimo dia, a quem Deus enviará para dizer ao mundo que adorem a Deus como Criador, no dia que é o memorial de Sua criação? Como o mundo aprenderá que o sábado é um sinal da abundante provisão de Deus para a nossa redenção e santificação (Ezequiel 20:12) - a santidade que precisamos para nos encontrar com um Deus santo? Quem dirá a eles que a hora do juízo é chegada e como eles se prepararão para encontra-Lo com alegria?

Conclusão - Por que o cristão adventista adora? Porque, na presença de Deus, o véu da justiça própria humana é despedaçado e a santidade de Deus é revelada. Quando isto acontece, não são necessárias orações sobre o pão e o vinho da comunhão, já consagrados pela virtude da criação e propósito. Em vez disso, é a congregação, como Corpo de Cristo, que precisa ser consagrada, para que os membros possam tornar-se pão quebrantado e vinho derramado pelo bem da humanidade pela qual Jesus morreu: “Eis-me aqui, envia-me a mim”!

Como a genuína adoração adventista começa? Entrando na presença de Deus, reconhecendo a Sua santidade, confessando o pecado humano. Esta é a resposta necessária, vinda de um povo que crê que Jesus está agora completando Sua obra sacerdotal no lugar Santíssimo do santuário celestial. Esta é a resposta apropriada de um povo a quem Deus comissionou a proclamar ao mundo “Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai-[O]” (Apocalipse 14:7).


C. Raymond Holmes é professor de Oratória e Adoração no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia da Universidade Andrews. É autor do livro “Sing a New Song” (Cantai um Cântico Novo).

Traduzido por Levi de Paula Tavares em 04/2004.
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Adoração - O Presente do Homem para Deus

"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (João 4. 23).

O título deste sermão está presumindo que o homem pode dar presentes para Deus. Mas será que isto é possível? Podemos nos perguntar: O que poderemos dar hoje para Deus? O que O agradaria? O que Ele gostaria de ganhar de presente? O Senhor é o dono de todo o universo. Ele criou todas as coisas e tudo subsiste pelo Seu poder. A Sua Palavra diz:
" Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam." (Salmos 24:1)
" Se eu tivesse fome, não to diria pois meu é o mundo e a sua plenitude." (Salmos 50:12)
" São teus os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste." (Salmos 89:11)
" Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos exércitos." (Ageu 2:8)
" Pois do Senhor é a terra e a sua plenitude." (I Coríntios 10:26)
Você já tentou dar um presente a alguém que tem tudo? Certa vez tirei, no sorteio do "Amigo Secreto" da empresa para a qual trabalhava, um dos diretores executivos da empresa. Era uma pessoa de muitas posses, muito ocupado e reservado, e quase não tínhamos acesso direto a ele. Foi realmente difícil decidir o que comprar! Eu não o conhecia, não sabia das coisas que ele gostava ou não e não imaginava que ele pudesse precisar de algo que eu pudesse dar. É uma experiência angustiante, querer dar um presente a alguém e não saber se o presente é digno do presenteado, ou se ele será bem aceito.

Existe uma canção de Natal bastante conhecida, que leva o título de "O Menino do Tambor". Ela conta a história fictícia de um menino pobre que estava brincando com seu tamborzinho, quando um grupo de pessoas passou e convidou-o a ir ver o menino Jesus, que havia nascido. Ele, animado, foi, levando seu pequeno tambor. Ali chegando, ao ver a cena singela do estábulo, dos animais e do pequeno bebê Jesus deitado num pobre cocho, compreendeu o profundo significado do momento e, numa resposta a esta demonstração tão grande do amor de Deus, ficou desejoso de ofertar algo em troca. Mas o que ele tinha? Nada, a não ser o seu pequeno tambor e a sua habilidade de toca-lo. Assim, pediu a permissão de Maria e humildemente ofereceu um "concerto" à criança ali deitada. Todos ouviram atentamente, até o boi parou para escutar. Mas a maior recompensa que poderia haver para aquele menino aconteceu quando o bebê olhou para ele e sorriu docemente, em sinal de aprovação.

Apesar de fictícia, esta história retrata bem o estado de espírito das pessoas que realmente, de acordo com o relato bíblico, visitaram a Jesus na manjedoura. A visita dos pastores é relatada em Lucas 2:8-20 e, ao ler o relato, notamos a alegria, admiração e assombro daqueles homens rudes, pelo que haviam presenciado. Da mesma forma aconteceu com os sábios que vieram do Oriente, guiados por uma estrela, em busca de Jesus: "Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra." (Mateus 2:10-11)

Poderíamos nos perguntar: Será que Deus de agradou da atitude destes homens? Será que estes presentes foram aceitos pelo Rei do Universo? Certamente que sim. E eu afirmo mais: Ele ainda quer, mesmo nos dias de hoje, atitudes como esta. Nosso texto chave diz que "...o Pai procura a tais que assim o adorem" (João 4. 23). Deus está pedindo a nossa adoração! Está desejoso de receber presentes! Ele está procurando, ansiosamente, por pessoas dispostas a adorá-lO!

Por que deveríamos adora-lO?

Mas por que O adoraremos? Qual é a motivação para a adoração? "O dever de adorar a Deus se baseia no fato de que Ele é o Criador, e que a Ele todos os outros seres devem a existência. E, onde quer que se apresente, na Bíblia, Seu direito à reverência e adoração, acima dos deuses dos pagãos, enumeram-se as provas de Seu poder criador. E os seres santos que adoram a Deus nos Céus, declaram porque Lhe é devida sua homenagem: 'Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas.' Apocalipse 4:11." (White, O Grande Conflito pág. 436-437)

Além deste motivo, que é o fato de Deus haver nos criado, a palavra de Deus nos fornece vários outros motivos para adorarmos a Deus. Vejamos alguns textos:
Salmos 99:9 Exaltai o Senhor nosso Deus e adorai-o no seu santo monte, porque o Senhor nosso Deus é santo.

Salmos 95
1 Vinde, cantemos alegremente ao Senhor, cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação.
2 Apresentemo-nos diante dele com ações de graças, e celebremo-lo com salmos de louvor.
3 Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os deuses.
4 Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas.
5 Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a serra terra seca.
6 Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou.


Salmos 100
1 Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra.
2 Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico.
3 Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu pasto.
4 Entrai pelas suas portas com ação de graças, e em seus átrios com louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome.
5 Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua fidelidade de geração em geração.


Isaías 49:13 Cantai, ó céus, e exulta, ó terra, e vós, montes, estalai de júbilo, porque o Senhor consolou o seu povo, e se compadeceu dos seus aflitos.

Salmos 96
9 Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos os habitantes da terra.
10 Dizei entre as nações: O Senhor reina; ele firmou o mundo, de modo que não pode ser abalado. Ele julgará os povos com retidão.
Vemos nos textos acima vários motivos e atributos pelo quais devemos adoração a Deus. Ele é santo, é bondoso, é fiel; nos criou, nos remiu; Ele nos consola e se compadece de nós; Ele nos julgará com retidão e justiça. Estes são motivos mais do que suficientes para adorarmos a um Deus tão maravilhoso!

Mas o que é adoração? O que significa adora? Como adorar? Vamos tentar responder a estas perguntas. Adoração vem da palavra latina adoratione, que é derivada do verbo adorare, de onde vem o nosso verbo adorar. É um verbo transitivo direto, pois quem adora, adora alguém ou alguma coisa. Segundo o dicionário Aurélio e outros dicionários da mesma qualidade, adoração significa "Culto a uma divindade; Culto, reverência, veneração." Muito bem, isto conceitua o termo, mas não nos explica, de forma prática, como a adoração acontece na vida do cristão

Talvez uma forma de entendermos o que é adoração seria começarmos tentando compreender o que ela não é. Vamos analisar alguns pontos:

Adoração não é sinônimo de louvor!

Esta afirmação pode ser surpreendente para alguns e pode até parecer para alguns que aqui hoje defendendo uma heresia, mas o próprio dicionário explica o conceito de louvor como sendo "Glorificação, exaltação"; ou seja, louvor é um elogio mais enfático e mais elaborado. Podemos louvar os sabores delicados da culinária típica de algum país, os feitos heróicos dos grandes homens da nossa pátria, ou louvar a beleza de uma paisagem ou recanto paradisíaco, ou louvar as qualidades e virtudes da mulher amada, ou louvar os méritos de uma conquista esportiva. Mas a adoração só é devida a Deus, uma vez que adorar é prestar culto, o que implica em uma relação direta entre o adorador e a divindade, enquanto que o louvor, como vimos, também pode ser dirigido a homens e coisas. Talvez por isto hoje, ao referir-se sobre música na igreja, seja colocada tanta ênfase no termo louvor, e fale-se tão pouco em adoração.

Mas a Bíblia não fala que Deus é "digno de ser louvado", conforme citado em II Samuel 22:4; I Crônicas 16:25; Salmos 18:3; 48:1; 96:4; 45:3, etc.? Oh, é evidente que sim. Se podemos louvar a homens, quanto mais a Deus, que fez os homens! O louvor a Deus é importante, é bíblico, mas é somente um dos aspectos da adoração. O nome de Deus deve ser exaltado, glorificado e proclamado, mas quando a Bíblia fala "Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra." (Habacuque 2:20), ela está se referindo à adoração, e não ao louvor.

Os dois conceitos, adoração e louvor, quando voltados para Deus, podem estar fundidos, e é aí que muitos se confundem. Mas para que ocorra esta fusão, os seguintes requisitos devem ser preenchidos:
  1. O louvor tem que ser dirigido única e exclusivamente a Deus. (I Crônicas 16:8-11; Salmos 16:2; 98:4-6; 113; 117; 147; 148; 149;150; Colossenses 3:23-24)

  2. Deve partir de um coração plenamente consciente de sua condição diante de um Deus supremo, perfeito e santo. Não há adoração sem humildade e consagração.(Salmos 138:6; 147:6; Isaías 57:15; 66:2; Miquéias 6:8; Mateus 5:3; 18:4; Efésios 4:1-2; Colossenses 3:12; I Pedro 3:8-9; 5:5)

  3. Toda arte, técnica e gosto humanos tem que estar absolutamente consagrados, para que possam ser apresentados diante de um Deus supremo, perfeito e santo.(Levíticos 11:44-45; 19:2; 20:7, 26; Salmos 24:3-4; Isaías 6:2-4; Habacuque 2:20; Romanos 12:1)
Portanto vamos louvar ao Senhor, porque assim a Bíblia nos ordena e Ele é realmente digno do nosso louvor. Mas não vamos ficar apenas no louvor, porque a Bíblia também nos ordena a adorarmos. E, de acordo com nosso texto chave, o que Deus procura são adoradores.

Adoração não é cantar ou tocar!

Novamente posso estar surpreendendo a alguns irmãos, mas para se adorar a Deus não é necessário haver música. A música não é um item essencial para o ato da adoração.A adoração não é produzida pela música, mas a música é apenas um dos veículos da adoração, assim como do louvor. Como um dos muitos veículos disponíveis, ela pode ser usada ou não. Dependerá muito do adorador, do ambiente, do contexto da adoração. Podemos adorar a Deus cantando ou tocando, mas também podemos adorar perfeitamente a Deus, sem tocar ou cantar, ou seja, sem utilizar música.

Vemos que, na verdade, a Bíblia relata ocasiões em que a música usada na adoração era abominável a Deus, porque a adoração não estava sendo verdadeira (por exemplo, Amós 5:23). Por mais bela, apropriada e harmoniosa que seja a música, se a adoração não provêm do coração, ela não será aceita, esteja ou não acompanhada de música.

"Aparelhamento faustoso, ótimo canto e música instrumental na igreja não convidam o coro angélico a cantar também. À vista de Deus estas coisas são como galhos da figueira infrutífera, que só mostrava folhas pretensiosas. Cristo espera frutos, princípios de bondade, simpatia e amor. Estes são os princípios do Céu, e quando se revelam na vida de seres humanos, podemos saber que Cristo, a esperança da glória, está formado em nós. Pode uma congregação ser a mais pobre da Terra, sem música nem ostentação exterior, mas se ela possuir esses princípios, os membros poderão cantar, pois o gozo de Cristo está em sua alma, e esse canto podem eles oferecer como uma oblação a Deus." (White – Manuscrito 123, 1899)

Uma coisa que não pode faltar

No entanto, embora a música não seja essencial, há itens que são essenciais para o ato da adoração. Um deles é a fé. Por várias vezes na Bíblia, vemos que pessoas adoraram e agradaram a Deus com um ato de fé no Senhor Jesus. Leia atenciosamente algumas destas passagens transcritas abaixo:
"E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo." (Mateus 8.2)

"Enquanto ainda lhes dizia essas coisas, eis que chegou um chefe da sinagoga e o adorou, dizendo: Minha filha acaba de falecer; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá." (Mateus 9.18)

" Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus." (Mateus 14:33)

" Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me." (Mateus 15:25)
Essas pessoas adoraram a Jesus crendo nEle. O papel da fé na adoração não pode ser subestimado. "Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que recompensa os que O buscam"(Hebreus 11:6). A palavra "aproximar-se" no texto é um termo técnico para adoração, isto é, "aproximar-se a Deus em adoração, com certeza de que Ele existe e não falhará comigo", conforme Hebreus 11:1. Adorar com fé é fazê-lo confiando em suas promessas. Quando adoramos a Deus com fé, agradamos ao Seu coração. Esta alegria não é estática, aumenta à medida que O adoramos. Quando prestamos culto a Deus devemos perguntar: – "Deus está satisfeito com o culto a Ele oferecido?"

Um detalhe interessante é que o texto fala que sem fé é impossível agradar a Deus. E não se pode adorar, quando não se agrada. Portanto, sem fé é impossível adorar a Deus. Que detalhe curioso, não? Esta posição de fé é essencial quando chegamos aos pés de Jesus para adora-lO. Quando chegamos à presença de Deus devemos crer que Ele pode fazer infinitamente além daquilo que pensamos ou imaginamos! Da mesma forma, devemos acreditar que Ele nos ama assim como nós somos e que Sua misericórdia é grande o suficiente para nos aceitar, pecadores como somos. Ah, como é bom saber disto!

Afinal, o que é adoração?

Os músicos americanos Ronald Allen e Gordon Borror, em seu livro Teologia da Adoração dão a seguinte reposta a esta importante pergunta: "Adoração é uma reação ativa a Deus, pela qual declaramos a sua dignidade. A adoração não é passiva, mas sim participativa. Adoração não é simplesmente um clima; é uma reação. Adoração não é apenas uma sensação; é uma declaração. (Allen/Borror, pág. 16 - ênfase no original)

Citamos novamente o seguinte texto de Ellen White: "Cristo espera frutos, princípios de bondade, simpatia e amor. Estes são os princípios do Céu, e quando se revelam na vida de seres humanos, podemos saber que Cristo, a esperança da glória, está formado em nós. Pode uma congregação ser a mais pobre da Terra, sem música nem ostentação exterior, mas se ela possuir esses princípios, os membros poderão cantar, pois o gozo de Cristo está em sua alma, e esse canto podem eles oferecer como uma oblação a Deus." (White – Manuscrito 123, 1899) Este texto deixa bem claro que, acima de todas as formas e rituais, Deus espera uma atitude do coração, na nossa aproximação à divindade.

As palavras originais da Escritura para significar "adoração" oferecem chaves importantes acerca da natureza deste encontro entre o humano e o divino. A palavra hebraica mais freqüente, shâjâh, denota a ação de inclinar-se, prostrar-se ou render homenagem. A palavra grega equivalente, e a mais importante do Novo Testamento, proskuneô. O termo proskuneô é combinação de dois radicais: pros que significa “em relação a” e kuneo que significa “beijar”. Quando combinados, eles referem-se à honra e ao respeito demonstrados em relação a um superior, a ponto de beijar-lhe os pés. Vez após vez nos é dito no Apocalipse que os seres celestiais “prostraram-se e O adoraram” (Apocalipse 4:10; 5:14; 7:11; 11:17; 15:4; 19:4).

Portanto, podemos conceituar da seguinte forma:

- Adorar é render-se (do grego: "proskuneo").
Reconhecer a nossa inferioridade e a superioridade de Deus, colocando-nos à Sua inteira disposição. A idéia básica é a de submissão. Freqüentemente o termo é traduzido por "prostrar-se". Denota o gesto de curvar-se diante de uma pessoa a quem honramos e ir até o ponto de beijar os seus pés.

Ex.: a intenção de Satanás na tentação de Jesus (Mateus 4:9, Lucas 4:7-8). Jesus responde: "Ao Senhor Teu Deus adorarás (proskunesis) e só a Ele darás culto (Mateus 4:10).

Além deste termo principal, existem outros termos relacionados, que merecem a nossa atenção:

- Adorar é reverenciar (gr. "sebein") a Deus, com temor (gr. "phobos")
O verdadeiro adorador, tem uma reverente preocupação de fazer o que agrada a Deus, e fugir do que agrada ao diabo. João relata : "Sabemos que Deus não atende a pecadores, mas pelo contrário se alguém teme a Deus (gr. "theosebes", que tem a mesma raiz de "sebein") e pratica sua vontade, a este atende" (João 9:31). Temos também a mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14, que diz: "Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas." (Apocalipse 14:7) Note que temer a Deus, dar-lhe glória e adorar são ações que se intercalam na vida daqueles que estão vivendo no tempo do fim.

- Adorar é servir (do grego "latréuô")
Este termo é usado por Paulo em Romanos 12:1, para descrever o corpo entregue a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável. Ofertar a Ele toda a nossa potencialidade, capacidade, inteligência, energia, experiência e dedicação. Servir, como reconhecimento da transformação que Ele operou em minha vida. Ele merece o melhor do meu serviço, como forma de gratidão.

Temos de reconhecer não apenas a Sua bondade, como também Sua severidade (Romanos 11:2 - "considerai a bondade e a severidade de Deus"). Reconhecer Sua justiça (Hebreus 10:31 - "terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo"). A santidade de Deus nos estimula a obedecê-lo (I Pedro 1:16 - "sede santos, porque Eu Sou santo").

Notaram como estes conceitos se aproximam da pequena história que contamos no início, sobre o menino do tambor? Ele aproximou-se da divindade, contemplou e compreendeu a Sua santidade; entendeu a sua pequenez diante da majestade do céu; a partir deste entendimento reverenciou a divindade, rendendo-se a ela; e, finalmente, desejou servir, ofertar e doar-se a esta divindade. Isto não é diferente do relato que encontramos em Isaías 6:1-8 e que é considerado por muitos o texto básico para a compreensão do fenômeno da experiência da adoração. Vamos lê-lo:
1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo.
2 Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava.
3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória.
4 E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça.
5 Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!
6 Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
7 e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado.
8 Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.
Os mesmos passos podem ser encontrados neste texto. Observem: Visão da majestade divina (versos 1-4), Visão de nossa própria finitude e pecaminosidade (verso 5), Confissão e recebimento de perdão (ou render-se à divindade) (versos 6-7), Consagração e disposição para o serviço (verso 8).

Como Devemos Adorar?

"Religião não é limitar-se a formas e cerimônias exteriores. A religião que vem de Deus é a única que leva a Ele. Para O servirmos devidamente, é mister nascermos do divino Espírito. Isso purificará o coração e renovará a mente, dando-nos nova capacidade para conhecer e amar a Deus. Comunicar-nos-á voluntária obediência a todos os Seus reclamos. Esse é o verdadeiro culto. É o fruto da operação do Espírito Santo. É pelo Espírito que toda prece sincera é ditada, e tal prece é aceitável a Deus. Onde quer que a alma se dilate em busca de Deus, aí é manifesta a obra do Espírito, e Deus Se revelará a essa alma. A tais adoradores Ele busca. Espera recebê-los, e torná-los Seus filhos e filhas." (White - O Desejado de Todas as Nações, pág. 189 - ênfase acrescentada)

É interessante que Ellen White cite que o verdadeiro culto é fruto da operação do Espírito Santo. Isto está de acordo com Filipenses 2:13 "porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade." "Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; vossos pensamentos estarão em harmonia com Ele." (White, Caminho a Cristo, pág. 47)

Em um livro recentemente lançado pela Imprensa Universitária da UNASP, "O Que Deus Diz Sobre a Música", a Dra. Eurydice V. Osterman cita três esferas de culto, das quais é imperativo que o cristão participe, para que possa ter uma vida espiritual vigorosa e vitoriosa. São elas a comunhão particular, que a Dra. Osterman chama de "a câmara secreta", os pequenos grupos - que abrangem o culto familiar, grupos de estudos bíblicos, etc. e o culto da congregação na igreja. Vamos analisar agora estes três contextos diferentes, embora progressivos e interligados por aspectos comuns.

1 - A Comunhão Particular

"O desejo de bondade e santidade é, em si mesmo louvável; de nada, porém, valerão essas virtudes, se ficarem somente no desejo. Muitos se perderão enquanto esperam e desejam ser cristãos. Não chegam ao ponto de render a vontade a Deus. Não escolhem agora ser cristãos.
Mediante o conveniente exercício da vontade, pode operar-se em vossa vida uma mudança completa. Entregando a Cristo o vosso querer, aliai-vos com o poder que está acima de todos os principados e potestades. Tereis força do alto para estar firmes e, assim, pela constante entrega a Deus, sereis habilitados a viver a nova vida, a vida da fé." (White, Caminho a Cristo, pág. 47-48)

Mas esta entrega não é automática. Custa-nos abrir mão da nossa vontade e rendermo-nos inteiramente mas mãos de Deus. A fim de realizar isso, é imprescindível que a pessoa tenha uma experiência pessoal com Deus, através de sua comunhão pessoal. É a experiência da "câmara secreta" (Mateus 6:6). Osterman, falando a respeito desta experiência, relata: "É o tempo em que podemos ter audiência com Deus em particular, numa situação íntima, onde podemos expressar nossa gratidão por Suas bênçãos e descobrir nossa alma confessando faltas e pecados, tornar conhecido nossos pedidos, fazer orações intercessórias por outros, buscar guia e orar sobre coisas que não ousamos falar a outro ser humano." (Osterman, pág. 36)

A base escriturística para esta forma de culto é extensa. Vejamos alguns textos:
II Crônicas 7:14-15 "e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar."

Salmos 55:17 "De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei; e ele ouvirá a minha voz."

Mateus 6:6 "Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará."

Efésios 6:18 "com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos,"

Filipenses 4:6 "Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus."

I Tessalonicenses 5:17 "Orai sem cessar."

Hebreus 4:16 "Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno."

Tiago 5:16 "Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação."
"A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que seja necessário, a fim de tornar conhecido a Deus o que somos; mas sim para nos habilitar a recebê-Lo. A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele." (White, Caminho a Cristo, pág. 93)

"A força adquirida em oração a Deus, nos preparará para os deveres diários. As tentações a que estamos diariamente expostos tornam a oração uma necessidade. Para sermos guardados pelo poder de Deus mediante a fé, os desejos do espírito devem estar continuamente ascendendo em silenciosa oração. Quando nos achamos circundados de influências de molde a nos desviar de Deus, nossas petições de auxílio devem ser infatigáveis. A menos que assim seja, não seremos jamais bem-sucedidos em vencer o orgulho e o poder da tentação quanto a pecaminosas condescendências que nos separam do Salvador. A luz da verdade, santificando a vida, descobrirá ao que a recebe as pecaminosas paixões de seu coração, em luta pela predominância, e que lhe tornam necessários a distensão de cada nervo, o exercício de todas as suas forças para resistir a Satanás, a fim de poder vencer mediante os méritos de Cristo" (White, Mensagens aos Jovens, pág. 248)

"Quando uma pessoa sai de tal encontro com Deus, não só haverá louvor, gratidão e regozijo, mas, como está delineado em Isaías 6:1-3, várias outras coisas agradáveis deverão ter acontecido também. Antes de tudo, este tipo de culto faz-nos conscientes da presença de Deus - Ele é o foco de nossa atenção. Segundo, ele provê para nós a oportunidade de confessarmos nossos pecados, crendo que Ele nos perdoou conforme prometido em I João 1:9. Terceiro, temos a oportunidade de renovar nosso compromisso em servi-lO. Finalmente, temos ainda a oportunidade de demonstrar-Lhe nosso amor, aceitando a comissão de ir e testemunhar a outros. Assim nós O adoramos em espírito (com a atitude correta) e em verdade (inteligentemente)." (Osterman, pág. 37)

"Infelizmente, quando o culto individual é negligenciado, em virtude de exigüidade de tempo ou outros desafios, a pessoa fica desarmada e despreparada para lutar contra o inimigo e as tentações trazidas pelos costumes, com as quais ele procura enredar a alma incauta. 'Não negligencieis a oração secreta, pois é a alma da religião' (White, Testemonies, vol. 1, pág. 163)" (Osterman, pág. 39)

2 - Os Pequenos Grupos

"O segundo contexto para o culto é o de pequenos grupos - culto familiar, grupo de estudos bíblicos, reuniões de oração, vigílias, etc. Mesmo neste contexto pode-se ter um encontro pessoal com Deus através do partilhar testemunhos pessoais, encorajando um ao outro e trocando idéias. O culto familiar não é somente o liame que mantém a família unida, mas é também um dos meios mais importantes de envolver as crianças na adoração. Para elas pode e deve ser o momento em que são implantados os princípios e valores morais." (Osterman, pág. 39)

"Nossas crianças e jovens precisam ser arraigados e nutridos em nossas crenças religiosas e valores morais a fim de enfrentar as desafios da vida no mundo de hoje. É importante para as crianças que elas tenham a oportunidade de uma reunião em que elas possam tomar parte ativa; de outro modo, o inimigo irá capturar as suas almas." (Osterman, pág. 40)

"Tenho profundo interesse na juventude, e desejo grandemente vê-la lutando para aperfeiçoar o caráter cristão e procurando, pelo estudo diligente e fervorosa oração, adquirir o preparo necessário para o serviço aceitável na causa de Deus. Anelo vê-los ajudando-se uns aos outros a alcançar um plano mais elevado de experiência cristã." (White, Mensagens aos Jovens, pág. 15)

É interessante notarmos que, embora no contexto da "câmara secreta" não seja necessária qualquer formalidade ou formato pré estabelecido, no caso dos pequenos grupos espera-se um planejamento, uma certa ordem. Embora a adoração não esteja na ordem em si, uma vez que a verdadeira adoração é sempre uma experiência individual, a falta de ordem pode complicar a adoração. Um pode querer orar, enquanto o outro quer testemunhar e outro ainda pode querer estudar a Palavra. Ora, nenhuma dessas coisas é condenável, pelo contrário, todas são edificantes. Mas num ambiente de confusão não pode haver adoração! "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem." (I Coríntios 14:40). Vejam o seguinte texto:

"Para que se desperte e fortaleça o amor ao estudo da Bíblia, muito depende do uso feito da hora de culto. As horas do culto matutino e vespertino devem ser as mais agradáveis e auxiliadoras do dia. Compreenda-se que nessas horas nenhum pensamento perturbador ou mau se deve intrometer; que pais e filhos se reúnam a fim de se encontrarem com Jesus, e convidar ao lar a presença dos anjos. Seja o culto breve e cheio de vida, adaptado à ocasião, e variado de tempo em tempo. Tomem todos parte na leitura da Bíblia, e aprendam e repitam muitas vezes a lei de Deus. Contribuirá para maior interesse das crianças ser-lhes algumas vezes permitido escolher o trecho a ser lido. Interroguem-nas a respeito do mesmo, e permitam que façam perguntas. Mencionem qualquer coisa que sirva para ilustrar o sentido. Se o culto não se tornar demasiado longo, façam com que os pequeninos tomem parte na oração e unam-se eles ao canto, ainda que seja uma única estrofe.
Para se fazer com que este culto seja como deve ser, é necessário que pensemos previamente na sua preparação. Os pais devem tomar tempo diariamente para o estudo da Bíblia com seus filhos. Não há dúvida de que isto exigirá esforço e a organização de um plano para tal, bem como algum sacrifício para o realizar; o esforço, porém, será ricamente recompensado." (White, Educação, pág. 186 - ênfase acrescentada)

Começa aqui um grande problema para a adoração: o ritualismo, ou cerimonialismo. Neste contexto a situação não é tão grave. Embora deva haver um planejamento, pode haver sugestões e adaptações podem ser feitas de acordo com o momento. Tudo deve ser feito para que o objetivo da reunião ou do culto familiar seja atingido, isto é a adoração, a edificação e o fortalecimento espiritual de todos; neste caso, a reunião é uma bênção. Evidentemente, deve haver alguém que assuma a liderança. No culto familiar, este papel cabe aos pais. Nas reuniões de estudos e nos grupos de jovens, se não houver um líder natural, alguém poderá ser escolhido para esta tarefa. Falaremos mais deste assunto a seguir.

3 - O Culto da Congregação na Igreja

"O terceiro e mais complexo contexto em que ocorre o culto é na congregação. A expressão 'ir para a igreja' é freqüentemente usada para descrever esta experiência. Seria ideal que isso representasse a culminância de todas as experiências de adoração que tivessem ocorrido durante a semana." (Osterman, pág. 40 - ênfase acrescentada)

Nós, seres humanos, somos criaturas sociais e o Senhor, que nos criou assim, reconhece isso. Por isso definiu que seus filhos se agreguem periodicamente, a fim de se edificarem e fortalecerem e consolarem mutuamente. Esta união deve ser tão estreita e o propósito tão uniforme, que Paulo chama a igreja de "Corpo de Cristo" (Romanos 12:5; I Coríntios 10:16; 12:2; Efésios 4:12). Vejamos alguns textos bíblicos que reforçam a importância da adoração na congregação:
Lucas 4:16 "Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler."

I Coríntios 12:25-26 " para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele."

I Coríntios 14:26 "Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação."

Efésios 5:19 "falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração,"

Colossenses 3:16 "A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações."

Hebreus 10: 24-25 "e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia."
Porém, como vimos no contexto dos pequenos grupos, conforme o número de adoradores cresce, assim também cresce a complexidade da organização requerida para que a adoração possa ser proveitosa e edificante para todos. Isso é necessário, não há como ser diferente. A escolha dos diáconos da igreja primitiva, relatada em Atos 6:1-8 é significativa para a compreensão deste problema. O relato começa dizendo: "Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos..." Vemos então que a necessidade de organização, da criação de regras, da escolha de pessoas que sejam responsáveis pelo bom andamento das diversas atividades é, não apenas fundamental, mas tem amplo respaldo bíblico (Romanos 12:4-5; 13:1; I Coríntios 12:4-12; 14:40; Efésios 4:11-15)

"Outra parte da estrutura organizada da igreja é o ritual, uma lembrança simbólica das crenças (culto, batismo, comunhão, etc.). Ele provê estrutura e ordem e pode ser implementado de várias maneiras. Um dos enganos do inimigo é o de levar-nos a crer que o ritual em si é o culto, quando na verdade é somente uma forma de culto. Tal modo de pensar pode conduzir a um culto falso - prestar culto pela razão errada." (Osterman, pág, 45) Sim, existem cultos pela razão errada, existe adoração falsa. Infelizmente não teremos condições aqui de abranger estes temas, mas isto não deveria nos causar espanto, porque sabemos que "Satanás pode apresentar uma contrafação tão parecida com a verdade, que engane aos que estão dispostos a ser enganados, aos que desejam excluir a abnegação e o sacrifício exigidos pela verdade; impossível lhe é, porém, reter sob o seu poder uma só alma que sinceramente deseje conhecer a verdade, custe o que custar." (White, O Grande Conflito, pág. 533)

Mas é importante que compreendamos que a forma do culto não é o culto. Assim como vimos que o culto familiar deve ser variado periodicamente, e discutimos que as reuniões de estudo podem ser feitas e alteradas de acordo com as circunstâncias, não vejo qualquer problema em variar a forma do culto na igreja. O fator mais importante porque não se faz isso é para evitar conflitos desnecessários com aqueles que acreditam que a forma do ritual do culto é uma norma divina imutável, o que não tem qualquer base, nem bíblica, nem do Espírito de Profecia. Pelo contrário, Ellen White afrma: "Religião não é limitar-se a formas e cerimônias exteriores. A religião que vem de Deus é a única que leva a Ele. Para O servirmos devidamente, é mister nascermos do divino Espírito.(...) Esse é o verdadeiro culto." (White - O Desejado de Todas as Nações, pág. 189 - ênfase acrescentada). Além disso, uma mudança envolveria todo um trabalho de re-planejamento desta mudança. É a típica filosofia do "em time que está ganhando, não se mexe". Vejam, não estou dizendo que é necessário haver mudanças, mas estou afirmando que as mudanças são possíveis, se a igreja assim o desejar. E, se feitas com cuidado e oração, podem ser benéficas para toda a congregação.

Um Sério Problema à Adoração

Um problema realmente sério, e que pode conduzir a uma falsa adoração é o ato de vir à igreja sem uma compreensão correta da adoração, sem saber o que se vem fazer na igreja. Você já parou para se perguntar: "O que é que eu vim fazer aqui?" Por que colocamos essas roupas sociais e nos reunimos todos aqui? Por que não ficamos dormindo até mais tarde? O que você veio fazer aqui hoje, meu irmão e minha irmã? Será o costume? Será a vergonha de pensarem que você está apostatando? Não tem nada melhor para fazer? Ou será que você faz parte daquele grande número de cristãos que acha que vir à igreja é uma espécie de experiência mística e supersticiosa, um ritual que, caso seja seguido em todos os seus detalhes, garantirá ao crente uma semana de proteção divina contra todos os males?

Vamos voltar ao nosso texto chave de João 4. 23. Por que será que Deus está procurando adoradores? Será que é tão difícil assim encontrar adoradores que O adorem em "Espírito e em Verdade"? Adoradores cuja adoração seja "pra valer" e da qual Deus se agrade e o adorador saia revigorado? Uma adoração singela e de coração puro, como foi a adoração do menino do tambor? Não pode ser tão difícil: quantos cristão existem, só aqui na cidade de São Paulo? E no Brasil? E no mundo?

O problema, que gera esta dificuldade para encontrar verdadeiros adoradores é que não pode existir adoração sem comunhão. Ao voltarmos para os nossos exemplos iniciais de adoração, dos pastores e dos sábios do Oriente, aos pés do bebê Jesus, pode parecer á primeira vista que a adoração deles foi uma adoração momentânea, espontânea, sem um processo anterior de comunhão pessoal. Mas não foi assim. Vejam os seguintes textos:

"Nos campos em que o jovem Davi guardara seus rebanhos, havia ainda pastores vigiando durante a noite. Nas horas caladas, conversavam entre si acerca do prometido Salvador, e oravam pela vinda do Rei ao trono de Davi." (White - O Desejado de Todas as Nações, pág. 47)

"A luz de Deus está sempre brilhando entre as trevas do paganismo. Ao estudarem esses magos o céu estrelado, procurando sondar os mistérios ocultos em seus luminosos caminhos, viram a glória do Criador. Buscando mais claro entendimento, voltaram-se para as Escrituras dos hebreus. Guardados como tesouro havia, em sua própria terra, escritos proféticos, que prediziam a vinda de um mestre divino. (...) Os magos souberam, com alegria, que Seu advento estava próximo, e que todo o mundo se encheria do conhecimento da glória do Senhor." (White - O Desejado de Todas as Nações, pág. 59-60)

Vemos claramente que antes da adoração houve a contemplação. Comparando a experiência destes homens à de Isaías (6:1-8), vemos os mesmos eventos acontecendo: visão da majestade divina, visão de nossa própria finitude e pecaminosidade, confissão e recebimento de perdão (ou render-se à divindade) e consagração e disposição para o serviço. Nenhum destes adoradores adorou sem passar por todo o processo.

A raiz do problema pode ser resumida na seguinte frase: "Seria ideal que [o ato de ir à igreja] representasse a culminância de todas as experiências de adoração que tivessem ocorrido durante a semana". (Osterman, pág. 40 - ênfase acrescentada) Infelizmente, quando isso não acontece, chegamos à igreja vazios. Nada temos a ofertar, porque nada foi cultivado no nosso relacionamento com Deus durante a semana. A pessoa de Deus, Jesus Cristo, são desconhecidos distantes, de quem ouvimos falar. E portanto, vir à Sua casa não representa nada. Repito a citação de Ellen White, que diz: "Não negligencieis a oração secreta, pois é a alma da religião" (White, Testemonies, vol. 1, pág. 163). Não é o vir a igreja a alma da religião, mas sim a oração secreta, a comunhão pessoal.

Meu irmão e minha irmã, volto a perguntar: O que você veio fazer aqui hoje? Veio assistir a um culto ou veio prestar um culto?

Quando chegamos vazios à igreja, nada tendo a oferecer, nossa mente "está interessada em assuntos externos, idéias preconcebidas e preocupações - expectativas pessoais, cultura, liturgia, música, etc. O homem torna-se então a audiência, o foco da atenção e o "fogo estranho" aceso por estímulos externos, especialmente a música e o desejo de uma emoção intensa é a única coisa que parece satisfazer a alma vazia." (Osterman, pág. 46 - ênfase acrescentada)

"Se trabalharmos para criar excitação do sentimento, teremos tudo quanto queremos, e mais do que possivelmente podemos saber como manejar. (...) Importa não considerar nossa obra criar excitação. Unicamente o Espírito de Deus pode criar um entusiasmo são. Deixai que Deus opere, e ande o instrumento humano silenciosamente diante dEle, vigiando, esperando, orando, olhando a Jesus a todo momento, conduzido e controlado pelo precioso Espírito que é luz e vida. (White, Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 16-17)

Esta excitação estimulada artificialmente não provêm de Deus; não pode portanto, levar a Ele. A adoração ao bezerro de ouro, relatada em Êxodo 32 é o exemplo mais gritante de um culto falso onde foram introduzidas excitações não produzidas nas cortes celestiais, inclusive música e dança. E sabemos o desfecho da história.... Hoje em dia, para designar este tipo de culto vazio e emocional podemos usar palavras como "celebração" ou "louvor". Mas desde os tempos antigos, a substância dos cultos vazios, que não são baseados em um relacionamento pessoal e íntimo com Deus é a mesma, assim como são os mesmos os seus resultados. Comentando sobre este episódio e fazendo uma aplicação para os nossos dias, Ellen White escreveu: "Quantas vezes em nossos próprios dias é o amor aos prazeres disfarçado por uma "aparência de piedade"! II Timóteo 3:5. Uma religião que permite aos homens, enquanto observam os ritos do culto, entregarem-se à satisfação egoísta ou sensual, é tão agradável às multidões hoje como o foi nos dias de Israel. E ainda há Arãos flexíveis, que ao mesmo tempo em que mantêm posições de autoridade na igreja, cederão aos desejos dos que não são consagrados, e assim os induzirão ao pecado." (White, Patriarcas e Profetas, pág. 317)

Os Motivos da Verdadeira Adoração

Deus ainda quer que você lhe ofereça um presente. Ele ainda está esperando e desejando ser presenteado. Mas para compreendermos melhor como presentearmos a Deus e o que Ele quer de presente, vamos ler mais um texto:
Lucas 7
37 E eis que uma mulher pecadora que havia na cidade, quando soube que ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com bálsamo;
38 e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés e ungia-os com o bálsamo.
39 Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara falava consigo, dizendo: Se este homem fosse profeta, saberia quem e de que qualidade é essa mulher que o toca, pois é uma pecadora.
40 E respondendo Jesus, disse-lhe: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Respondeu ele: Dize-a, Mestre.
41 Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários, e outro cinqüenta.
42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais?
43 Respondeu Simão: Suponho que é aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem.
44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta com suas lágrimas os regou e com seus cabelos os enxugou.
45 Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não tem cessado de beijar-me os pés.
46 Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta com bálsamo ungiu-me os pés.
47 Por isso te digo: Perdoados lhe são os pecados, que são muitos; porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
48 E disse a ela: Perdoados são os teus pecados.
Esta mulher (que alguns acham ser Maria, mas devemos deixar claro que não existe base bíblica para esta ligação) trouxe um presente para Jesus. Qual era o presente que ela trouxe? O vaso de perfume? Oh, que presente maravilhoso! Era um perfume muito caro! Sabemos pelos relatos de Mateus 26 e Marcos 14 que era um perfume caríssimo, sendo que Marcos chega a citar um valor de 300 denários. Sendo o denário o salário usual de um dia de trabalho, aquele perfume custou praticamente o trabalho de um ano inteiro!

Mas, ao examinarmos o texto, Jesus cita o perfume apenas como um dos componentes da ação que a mulher estava executando, juntamente com o lavar-Lhe e beijar-Lhe os pés, sem dar qualquer destaque a este presente tão caro! João 4:24 fala : " Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade." Portanto, o verdadeiro presente para Deus não é qualquer coisa material. Ele é o dono de tudo! O que ele quer é um presente do espírito, ou seja uma atitude de amor, de gratidão e de louvor.O que Jesus enfatizou, quando comentou a adoração desta mulher pecadora foi outra coisa, que o verso 47 destaca: "porque ela muito amou". Este é o verdadeiro presente da adoração: Um coração transbordante de amor! (Eu poderia citar aqui a conhecida passagem de Provérbios 23:26 "Filho meu, dá-me o teu coração" (que é muito usada como frase de efeito), mas estaria tirando o verso de seu contexto ao usa-lo. O contexto correto deste verso é o de um pai que está querendo dar conselhos ao seu filho, e não Deus pedindo o coração do pecador.)

Vejamos este transbordamento de amor, que resulta na verdadeira adoração na vida de mais dois personagens bíblicos:

"Quando Moisés pediu ao Senhor que lhe mostrasse Sua glória, o Senhor disse: "Eu farei passar toda a Minha bondade por diante de ti." Êxodo 33:19. "Passando, pois, o Senhor perante a sua face, clamou: Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente. ... E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, e encurvou-se." Êxodo 34:6-8. Quando formos capazes de compreender o caráter de Deus como Moisés, também nós nos daremos pressa em curvar-nos em adoração e louvor." (White, Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 30 - ênfase acrescentada)

"Ao ver [Davi] o amor de Deus em todas as providências de sua vida, seu coração palpitava com mais fervorosa adoração e gratidão, sua voz soava com mais magnificente melodia, sua harpa era dedilhada com alegria mais exultante; e o moço pastor ia de força em força, de conhecimento em conhecimento; pois o Espírito do Senhor estava sobre ele." White, Patriarcas e Profetas, pág. 642 - ênfase acrescentada)

Este mesmo grau de perfeita adoração que os personagens bíblicos demonstraram, está ao teu alcance hoje! Esta perfeita comunhão, este andar com Deus, conhece-lO verdadeiramente, está disponível para você. Na verdade, é por esta comunhão que o Pai anseia quando diz "... porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (João 4. 23). "Todo o Céu está interessado em nós. Devemos estar ativos e despertos para honrar, glorificar e adorar o Alto e Sublime. Nosso coração deve transbordar em amor e gratidão por Aquele que tem sido tão cheio de amor e compaixão por nós. Devemos honrá-Lo com nossa vida, e com pura e santa conversação mostrar que fomos nascidos de cima, que este mundo não é nosso lar, mas somos peregrinos e estrangeiros aqui, a caminho de um país melhor." (White, Primeiros Escritos, pág. 113)

Faça um voto hoje, entre você e Deus, de busca-lO a cada dia, de conhece-lO com intimidade. Você verá que a tua vida será transformada por esta contemplação e o teu coração transbordará de amor, gratidão e disposição para o serviço.

Não espere até "sentir" algo, alguma sensação ou que ocorra espontaneamente alguma transformação; ela não acontecerá, pois a nossa natureza é pecaminosa. Ofereça o que você tem hoje, doe-se a Deus como você está hoje. Faça como o menino do tambor, que ofereceu uma dádiva sincera, embora simples; mas esta dádiva foi aceita pelo Rei do Universo. Faça como os grandes heróis da fé, que andaram com Deus a cada dia, embora tropeçando, mas não largando da mão do Onipotente. Deus está ansioso por isto, ou ele não teria dito à igreja de Laodicéia "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono." (Apocalipse 3:20-21) Que esta promessa possa ser verdadeira para você, a partir de hoje.

"Que Deus nos conceda uma sede se Sua presença que faça do ato de busca-lO em adoração o nosso estilo de vida (Colossenses 3:17), uma fome que nos leva a uma comunhão mais íntima com Seu povo. Isso resultará em uma rica experiência de adoração coletiva, caracterizada por unidade, sensibilidade e compreensão (João 17). Ao amar a Deus com todo o nosso ser, amaremos o que Ele ama, odiaremos o que Ele odeia e ansiaremos que os Seus propósitos sejam concretizados por nosso intermédio! (Mateus 22:37-39)

Amém!

Link para este artigo: Adoração – O Presente do Homem para Deus
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