sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Música Tripartida: Herança do Século Dezenove

Autor: Parcival Módolo
Endereço para o texto completo: http://www.musicaeadoracao.com.br/diversos/musica_tripartida.htm

Resumo:
A tese principal do autor deste artigo é que a música da igreja reflete uma séria divisão entre a música popular, sacra e clássica, que ocorreu no século XIX.

Ele acredita que a melhor forma de compreender nossa música da igreja de hoje é traçar o desenvolvimento histórico desta divisão, cujas raízes estão no impacto que a industrialização teve em cada aspecto da sociedade do século XIX.

Mostra como a música se tornou, juntamente com outras artes, simplesmente um produto a ser consumido pelo homem, em vez de ser produzida para os ouvidos de Deus, como antes. Gradualmente, sobreveio uma aguda divisão entre a música popular, sacra e clássica.

Os efeitos serão mais claramente notados com o aparecimento das gospel songs, ou canções evangelísticas, popularizadas pelas grandes cruzadas evangelísticas de Finney, Moody e Sankey. Trazido ao Brasil pelo missionários, este tipo de música eventualmente veio a tornar-se conhecido pelo protestantismo brasileiro como música "sacra".

O autor chama a igreja a repensar a forma como a sua música tem sido feita.

Destaques:
"A arte, em geral, e também a música, torna-se destinada e produzida em função, ou pelo menos, a partir daquela a quem poderíamos chamar de nova burguesia intelectualizada. Só que essa nova classe sócio-cultural vinha com as mais diferentes exigências e pretensões, e eventualmente com estranhas reivindicações, freqüentemente de gosto extremamente duvidoso."

"A música sacra no século dezenove não tem a mesma importância que tivera nos séculos anteriores. Não mais desempenha papel central no culto, nem na vida das pessoas. Isso vale especialmente para a música litúrgica, aquela que semanalmente acompanha o ofício religioso."

"Há aqui uma importante questão a considerar: A música sacra anterior ao século dezenove destina-se aos ouvidos de Deus. A música sacra do século dezenove é para o público, para os ouvidos do homem."

"Desconhecemos, por conta da nossa herança musical mais recente, o conceito, muito antigo, de música especial, diferente da secular, melhor que a profana, aperfeiçoada, utilizada no culto a Deus exatamente porque é destinada a um Deus perfeito. Assim, a rigor, no que se refere ao aspecto técnico da composição e independentemente do texto, podemos dizer que a música tocada e cantada nas nossas igrejas, do século dezenove até hoje, é música destinada a ouvidos humanos, é dirigida a homens. É por isso que, infelizmente, os critérios para avaliá-la, hoje em dia, passam sempre pela discussão do gosto pessoal do ouvinte, das suas preferências individuais. E o ouvinte aqui é o homem, não Deus."

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